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Esporte Clube Guanabara

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Esporte Clube Guanabara. Assim nasceu um gigante!

O Esporte Clube Guanabara foi fundado oficialmente no dia 7 de setembro de 1941, mas o time já existia desde 1940, como Guanabara Futebol Clube, criado por iniciativa do Dr. César Augusto Marta, apaixonado pelo futebol da localidade de Santa Cruz e fanático torcedor do Esportivo, clube que havia fechado as portas em 1937.

O escudo e o uniforme da equipe, aliás, eram idênticos aos do Esportivo, mudando apenas as cores: ao invés de preto e branco, vermelho e branco, cores do Oriente, maior rival do Esportivo.

Explica-se: por um longo tempo Oriente e Esportivo fizeram o "derby de Santa Cruz", sendo o Oriente o clube do frigorífico, com camisas vermelhas da cor do sangue, e o Esportivo, o clube dos militares, com sóbrias camisas listradas pretas e brancas. O clássico entre os times dividia a cidade entre os campos da Rua Nestor e da Rua do Prado.

Quando o Esportivo entrou em crise, o Oriente se ofereceu para ajudar, mas o orgulho fez o Alvinegro preferir a extinção à ajuda do rival, fechando as portas em 1937.

Em memória deste triste fato, e simbolizando a união ideal entre os clubes do bairro, o Esporte Clube Guanabara adotou os símbolos do Esportivo com as cores do Oriente.

O ano de 1943 marcou a posse do presidente Francisco Costa, e o ingresso do Guanabara na Federação Carioca de Futebol, onde disputaria o Departamento Autônomo (D.A.), antiga Segunda Divisão. O Guanabara rapidamente tornou-se um dos principais e mais queridos clubes do D. A., rivalizando com o Oriente, com quem fazia o chamado "Fla-Flu de Santa Cruz", rivalidade, porém, sempre saudável e amistosa entre os dois Alvirrubros.

Nessa época a sede do Guanabara era num casebre na Rua Dom Pedro I, mas em 1950, isso mudou. Após anos de obras, inauguramos durante a gestão do saudoso Chico Guerra, a nossa nova sede e estádio - o Estádio Antônio Fernandes Machado - onde estamos até hoje, na Rua Marquês de Barbacena 702.

Em 1965, ano do quarto centenário do Rio de Janeiro, o Guanabara conquistou seu maior feito: campeão carioca da segunda divisão, organizada pelo chamado Departamento Autônomo. A conquista foi inesquecível: os clubes foram divididos em quatro séries, com o Guanabara incluído na série "Agostinho de Freitas" junto com seu grande rival Oriente. Os dois primeiros colocados de cada série disputariam a fase final, em turno único.

O Oriente liderou quase todo o primeiro turno, mas o Guanabara, após uma grande arrancada, tomou o posto do adversário na última rodada, em confronto direto que terminou com o placar categórico de 3 a 1 para o nosso Alvirrubro. No segundo turno o Guanabara conquistou o título da série com antecedência, mas ficou com um "gostinho amargo" na última rodada deste, quando foi derrotado pelo Oriente por 1 a 0, perdendo a invencibilidade do returno e, de quebra, deixando de eliminar o rival, que assegurou a segunda colocação e a classificação.

Na fase final os dois clubes de Santa Cruz se juntaram com os campeões e vices das outras séries: Carioca do Jacarezinho, Facit de Bonsucesso, Municipal de Paquetá, Atília de Santo Cristo, São José de Magalhães Bastos e Nacional de Guadalupe. O Guanabara começou tropeçando, mas a arrancada para o título veio justamente com a vitória por 1 a 0 sobre o Oriente, devolvendo o placar da último clássico. A taça foi garantida na penúltima rodada, ao derrotar o São José por 2 a 0, gols de Cury, que terminou como artilheiro da competição. E, na última rodada, fechamos o campeonato com mais uma vitória: 4 a 3 sobre o Nacional, para coroar a festa do lado listrado do bairro de Santa Cruz!

Nosso time campeão no jogo contra o São José: Tão, Ivan, Lobato, Tião e Dida; Mica (Zeca) e Carlinhos; Guarino (Tiririca), Leozil, Cury e Didoca.


Fonte das informações: Revista do E. C. Guanabara de 1983.

Comentário de Sueli Bessa Guerra no facebook do E. C. Guanabara.
“Faltou dizer que o saudoso Chico Guerra, meu pai, foi o doador do terreno da Sede do Guanabara. Porque a omissão desse fato quando se fala em fundação do Guanabara? Os herdeiros de Chico Guerra, hoje apenas dois filhos, nada querem do Guanabara, apenas respeito pelo seu fundador.”