Eu, Paulo Jorge Costa de Paiva, atualmente atuando como coordenador administrativo do Colégio Apollo 12, Unidade CETECAP, pretendo desenvolver uma narrativa dando ênfase à construção das memórias esportivas do nosso bairro.
Abrangendo o período de 1975 até os dias atuais, temos acumulado um número elevado de atividades esportivas estudantis, a saber, competições, criação de escolinhas, instituições de ensino privadas ou públicas incentivando a prática esportiva através de aulas ou treinamentos esportivos específicos, entre diversas outras formas de manifestações de cunho esportivo.
Abordarei a criação em 1975 da Olimpíada Estudantil de Santa Cruz. Evento criado pelos professores Paulo do Amaral Faleiro e Lêda Puell do Aguiar (in memorian), ela da rede pública de ensino e ele pertencente a rede pública e também a rede particular de ensino, resolveram de modo a atender as necessidades de ambas as clientelas e também dando aos professores uma excelente oportunidade para avaliarem interna e externamente o desenvolvimento de seus trabalhos junto aos seus alunos.
Criada em 1975, a OESC foi realizada até 1984, com exceção do ano de 1976. Todas as despesas, entre elas, premiação, arbitragem, deslocamentos, material de secretaria, impressão de documentos foram custeados pelos professores e diretores.
Em 1981 solicitamos ajuda do então vereador Itagoré Barreto, residente em Santa Cruz, ex-atleta de Futebol (goleiro) e Basquete que abraçou a causa e publicou uma lei que incluiria a OESC no calendário Oficial do município do Rio de Janeiro. A direção da OESC recebeu o equivalente a cem mil cruzeiros, que foram usados para bancar as despesas desta edição da OESC,
Nos anos subsequentes os professores e diretores das escolas particulares, continuaram a pagar do próprio bolso as despesas para a realização da competição.
Em 1984 foi realizada pela última vez com o nome Olimpíada Estudantil de Santa Cruz, no ano seguinte, num esforço derradeiro, usando um nome diferente, foi feita uma tentativa de continuidade, porém com muito sacrifício pessoal fizemos os Primeiros Jogos Estudantis de Santa Cruz, no Clube Campestre de Santa Cruz e foi só.
A geração de alunos que desfrutou esses momentos lembra com saudade deste período que em muito enriqueceu sua adolescência.
Personagens dessas memórias...
Pessoas e instituições dedicaram-se ao longo dos anos para que o esporte estudantil em Santa Cruz crescesse e atingisse o maior número possível de crianças.
Destaco em primeiro lugar os professores de Educação Física Paulo do Amaral Faleiro, nascido e criado em Santa Cruz, filho de Wilcon e Nilza Faleiro, fundadores do extinto Ginásio Irmão Faleiro. E Lêda Puell do Aguiar, se não estou enganado moradora de Sepetiba. Estes dois criaram à maior e mais completa competição estudantil da Zona Oeste.
A competição tinha mais de 30 escolas participantes, usava as quadras das escolas e também as instalações do Batalhão Villagran Cabrita. Diversas modalidades em disputa, como Futebol, Atletismo, Voleibol, Handebol, Futsal, Queimada, Corrida do Saco, Corrida de Velotrol, Ovo na Colher. Tivemos entre tantos competidores uma que se destacou por participar desde a primeira OESC, chama-se Valéria Casseres Barbosa, que participou por oito anos consecutivos, ou seja, começou com dez anos como campeã de Corrida do Saco e terminou oito anos depois como campeã de Handebol e Voleibol pelo Colégio Apollo 12.
Outra informação interessante, o Colégio Apollo 12 sob a direção do Professor Levir Emetério Tessinari e da Professora Alfrene Flores Tessinari, foi o único colégio que conquistou três títulos consecutivos de campeão geral da OESC.
Colégio Apollo 12, Colégio Delta (extinto), Colégio Dom Óton Mota (extinto), Ginásio Irmãos Faleiro (extinto), Colégio Alcebíades, Instituto Sepetiba, Colégio Santos Dumont, Colégio São Tomás de Aquino, Barão do Rio Branco, CIMFA (atual GEO EMFA), Princesa Isabel, André Vidal, Coronel Berthier, IPEG, entre outros.
Seremos sempre gratos aos profissionais que independente da função deram sua contribuição em todas as edições da OESC, eis alguns deles:
Prof. Eneas Alves Pereira (in memorian), filho ilustre de Santa Cruz, Escritor, fundador do Colégio Delta, do Jornal O Grito e Diretor de Futebol Amador do Campo Grande A.C. O professor Eneas através do Colégio Delta apoiou o esporte estudantil de forma intensa e comprometida até o ano de 1988, quando encerrou suas atividades esportivas e pouco tempo depois fechou suas portas de forma definitiva.
Campeões da OESC
Paulo do Amaral Faleiro
Lêda Pueli do Aguiar (in memorian)
Eneas Alves Pereira (in memorian)
Francisco José Zaib (in memorian)
Carminho (in memorian)
Inaiá (in memorian)
Joel de Carvalho
Itamar e Castro Gomes (in memorian)
Paulo Jorge Costa de Paiva
Antonio Marcos de Moraes Favacho
Francisco Augusto Rodrigues Filho
Cleber Luiz de Oliveira Bastos
Paulo Roberto de Oliveira Pessanha
Ormar Luiz
Silvio Bonzi (in memorian)
Rosângela Bonzi (in memorian)
Hélio Braz (in memorian)
Adilson
Haroldo
Paulo Roberto Braga
Moisés Antonio Coutinho Filho
Clério de Souza Alves
Ubirajara José Maria (in memorian)
Itagoré Barreto (in memorian)
João Emílio (in memorian)
Eliete
Nilce
Paulo Renato...
Enquanto isso...
Paralelo a realização do Intercolegial do Rio (O Globo), criado em 1983, aconteciam os jogos estudantis municipais em sua fase regional atendendo as escolas da 10ª CRE, que diferentemente da OESC atendia apenas alunos do Ensino Fundamental 2, enquanto a OESC atendia a todos os segmentos. Vale ressaltar que uma das escolas campeã geral da OESC era municipal e mesmo só atendendo até a oitava série (atual nono ano) enfrentou e derrotou colégios estaduais e particulares que contavam com alunos do Ensino Médio.
Com o crescente interesse dos jovens pelo esporte, as escolas particulares investiram na contratação de técnicos esportivos e passaram a oferecer bolsas de estudo de até 100%, o que permitiu o acesso antes difícil dos jovens a melhores condições de desenvolvimento cultural.
Colaboraram nessa matéria:
Paulo Jorge Costa de Paiva
Paulo Sérgio de Oliveira Pessanha
Paulo do Amaral Faleiro